“Vozes de Peso” estreia com a presença de Daniel Carioni, Gestor de Marketing e Vendas da Toledo do Brasil
O convidado do primeiro episódio é Daniel Carioni, que está na Toledo do Brasil há 22 anos e atualmente ocupa o cargo de Gestor de Marketing e Vendas, sendo responsável pelos produtos e novos projetos de varejo da empresa.
Hoje, a companhia conta com mais de 30 itens em linha, três softwares de gerenciamento e Daniel faz o meio campo entre mercado e engenharia. “Eu tento trazer para dentro da empresa as necessidades do mercado, transformar em produtos junto à engenharia e devolver por um custo viável aos clientes”, define.
Veja, a seguir, os principais assuntos abordados no primeiro episódio do “Vozes de Peso”.
Transição da marca Toledo do Brasil para Prix
A transição da marca Toledo do Brasil para Prix foi um dos grandes marcos da companhia. Por isso, no podcast “Vozes de Peso”, Daniel Carioni comentou como essa mudança foi percebida pelo público.
De acordo com ele, a palavra “Prix” sempre acompanhou a nomenclatura de produtos do mercado comercial. Assim, o varejista já estava acostumado com a marca, mas nunca desassociada da Toledo. Já na linha industrial, tradicionalmente, é dada uma ênfase maior ao nome Toledo.
Além disso, Daniel destaca que a companhia possui redes e canais de distribuição, e que parte das vendas ao mercado comercial são realizadas por meio de canais indiretos. “Então, nessa linha, nós temos, por exemplo, uma balança que chama Prix 3 Fit’. Por isso, foi uma transição mais natural”.
Por sua vez, na indústria, há poucos canais envolvidos na distribuição, já que é feita a venda direta para o cliente final. “Porém, o mercado industrial acabou se acostumando com o uso da marca e o nosso departamento de comunicação fez um bom trabalho nessa transição”, destaca.
Sobre a linha comercial, ele acrescenta que muitos supermercados passam de geração para geração e que os novos proprietários, ao assumirem as operações, recebem o nome Prix com muita naturalidade.
[ILUSTRAR COM O LOGOTIPO PRIX]
Diversidade do mercado varejista
Quando se fala em mercado varejista, é comum pensarmos em grandes redes de lojas e supermercados. Porém, a área é muito mais abrangente do que isso, conforme explica Daniel Carioni.
“O varejo é aquilo que nós entendemos que não produz, mas comercializa. Nesse sentido, o varejo alimentício, que é grande core da organização, inclui açougues, padarias, supermercados, lanchonetes e pizzarias”, detalha.
Além do ramo alimentício, a Toledo do Brasil atende a outros segmentos, comercializando etiquetas eletrônicas para lojas elétricas, de itens para veículos, feiras, redes de farmácias, lojas de materiais de construção e de ferramentas.
“O varejo tem um leque muito grande de especialidades. Tem o pet center, que está extremamente em alta, por exemplo. Então, nosso grande objetivo hoje é diversificar nossas soluções para que elas atendam o varejo de uma forma geral”, afirma Carioni.
Investimento em design e recursos tecnológicos
A Toledo do Brasil tem investido muito em design, percepção do cliente e intuitividade do equipamento. É o que observa Carioni.
“Houve realmente uma mudança. Nós deixamos uma linha mais quadrada por uma mais arredondada, com design mais avançado e recursos tecnológicos nos equipamentos. Tudo isso foi sendo inserido e evoluído nos produtos ao longo do tempo, caminhando junto com a marca Prix”, analisa.
Ele ressalta que essa é uma evolução natural e que atualmente a organização está na vanguarda da tecnologia. “Hoje, temos um time muito bom de profissionais na empresa, que atuam em conjunto, fazendo tudo isso crescer e melhorar ao longo do tempo”.
A transformação de uma indústria em empresa de tecnologia
A Toledo do Brasil nasceu como uma indústria, mas hoje é considerada uma empresa de tecnologia, já que desenvolve software em nuvem, e equipamentos com recursos de inteligência artificial (IA), machine learning e internet das coisas (IoT), entre outras soluções.
“Quando alguém pergunta de quem é o nosso software em nuvem, por exemplo, que foi um grande marco, temos orgulho de dizer que é a plataforma Cloud Prix, desenvolvida pelo nosso time técnico, reforçando o compromisso que temos com a tecnologia”.
Ele revela que essa ruptura não aconteceu do dia para noite, mas foi resultado de um investimento contínuo em implementações.
"Hoje, nós temos um desenvolvimento de três, quatro anos. Já temos um desenho do que vai sair nesse prazo, e quanto mais tecnológico o equipamento foi ficando, mais carregamos a empresa tecnológica junto com os nossos produtos”, explica.
Daniel enfatiza a importância das feiras, exposições e parcerias das quais a Toledo do Brasil participa, como forma de apresentar seus produtos tecnológicos ao público. “Investimos muito em marketing e essas iniciativas são essenciais”.
Aceitação da tecnologia no varejo
A aceitação das inovações tecnológicas trazidas pela Toledo do Brasil ao varejo foi outro tema explorado no podcast “Vozes de Peso”.
Na oportunidade, foi questionado a Daniel Carioni se a empresa enfrenta resistência por parte dos clientes de diferentes áreas do país com relação a este ponto. De acordo com ele, adequar-se à linguagem e às necessidades dos clientes é o grande desafio da equipe de vendas.
“Essa percepção do cliente a respeito da tecnologia, funciona assim: muitas vezes, ele pode não comprar o equipamento mais tecnológico imediatamente, mas pode vir a desejar esse produto e a adquiri-lo depois”, completa.
Carioni ressalta que cada vez mais, o varejo precisa de recursos avançados, ligados, por exemplo, à internet das coisas e à computação em nuvem.
“Até pouco tempo atrás, não falávamos de abertura de wi-fi em lojas de supermercado. Hoje, muitos supermercados estão abrindo a rede sem fio. E quem faz isso tem que reestruturar e modernizar toda a loja”.
Como exemplo da aceitação da tecnologia no varejo, Daniel Carioni ainda cita o self-checkout, uma forma de autoatendimento em que o cliente passa suas próprias compras no caixa, sem precisar de um atendente para finalizar a venda e receber o pagamento.
“Há cinco anos, víamos poucas lojas com self-checkout. Agora, uma grande parcela delas contam com essa tecnologia, que é utilizada por todos os públicos”.
Ele ressalta os benefícios do autoatendimento, que incluem redução de fila e a agilidade valorizada por grande parte dos consumidores. “Além disso, há uma cultura da honestidade, que foi sendo implementada ao longo do tempo no mercado, e está crescendo”.
Daniel observa ainda que os brasileiros gostam de ser bem atendidos e que o varejo não pode perder essa característica. Por mais que se implementem recursos tecnológicos, é importante manter o atendimento humanizado.
“É um casamento: uma conexão entre tecnologia e um atendimento humanizado. O cliente valoriza muito isso. Posso ter uma máquina, um recurso mais avançado, mas eu tenho um atendimento humanizado por trás disso. Se eu precisar que alguém me ensine a operar aquilo lá, alguém vai me ensinar”.
Ele acrescenta que um dos segredos do varejo é saber identificar a persona do cliente e que um mesmo consumidor pode vestir várias personas.
“Eu posso sair daqui, por exemplo, e passar no supermercado com pressa porque tenho um compromisso à noite. Mas, no fim de semana, posso ir em uma loja para passear, descobrir, dar uma pesquisada, gastar um tempo a mais.”
Sobre a adequação do autoatendimento para o mercado brasileiro, Carioni diz que o self- checkout e os caixas tradicionais coexistem.
“O mercado norte-americano empurra o autoatendimento. Já o mercado europeu tem terminais de autoatendimento, mas também tem muitos caixas tradicionais, pois valoriza um bom atendimento. Aqui, cada rede tem sua forma de atendimento, seu público e modelo de negócio. Nós não podemos deixar de lado o modelo de negócio”, complementa.
Aceitação e vantagens da etiqueta eletrônica
Em sua entrevista ao “Vozes de Peso”, Daniel Carioni falou sobre as etiquetas eletrônicas, muito populares no exterior e comercializadas pela Toledo do Brasil em nosso país.
“Durante uma visita à feira Euroshop, visitei varejos da Alemanha e da França, e todas as lojas, sem exceção, contavam com esse recurso tecnológico. No Brasil, a etiqueta eletrônica já tem algum tempo e muitos clientes da Toledo utilizam essa solução”, afirma.
Segundo explica, a principal funcionalidade da etiqueta eletrônica é garantir o preço correto entre ponto de venda (PDV) e checkout.
“Mas esse não é seu único benefício. É possível ainda agregar a etiqueta eletrônica para vendas on-line, com uma atividade de picking. Ela também exibe preços e estoque, posso colocar a rentabilidade do produto, determinar a operação. O varejista que entende e usa esses recursos tem um retorno sobre o investimento muito mais rápido”.
Carioni acrescenta que a etiqueta eletrônica permite baixar gradativamente o preço de um produto com data próxima ao vencimento, evitando prejuízos, e que é possível atualizar um mercado médio, que tem cerca de 12 mil itens, em 5 ou 10 minutos.
“A etiqueta eletrônica é um caminho sem volta. Quem entende e utiliza seus recursos não larga mais. Prova disso é que nós temos redes de supermercado que implementaram em uma primeira loja e, em seguida, levaram para todas as outras, não vivem mais sem”.
Tendências da Feira NRF 2023
No início deste ano, Daniel Carioni esteve na Feira NRF 2023, em Nova York, representando a Toledo do Brasil e apresentando a etiqueta eletrônica. Na oportunidade, pôde conferir as principais tendências para o varejo em termos de tecnologia.
Ele explica que algumas inovações vão para frente, enquanto outras não. “Por exemplo, há dois, três anos, estávamos falando de metaverso. Neste ano, praticamente nenhum estande abordou esse tema. Porém, todos mostraram muita tecnologia”.
Entre as inovações apresentadas na Feira NRF de 2023, destacam-se: a evolução do reconhecimento de imagem, muitos produtos novos em pontos de venda (PDV), software na nuvem, tratamento de dados e a evolução do self-checkout.
“Nós vimos muitos carrinhos de autoatendimento, carrinhos instrumentados, carrinhos com reconhecimento de imagem. Você só passa o produto ali no carrinho, já tem uma câmera, um tablet, um leitor acoplado, e já faz o reconhecimento automático daquele produto”, afirma.
Daniel expõe que enquanto a Feira NRF é muito voltada para a inovação e tecnologia, a Euroshop, feira europeia da qual também participou recentemente, aborda temas relacionados à sustentabilidade.
“Nós vemos o europeu um pouco mais preocupado com isso, e não só com o tema em si, mas tratando dados sobre isso. Além de sistemas de sustentabilidade, temos autoatendimento, inovação, produtos complementares, muitas máquinas, equipamentos, uso e comunicação com LED”, detalha.
Falando de visitações a empresas fora da feira, ele explica que as lojas da Amazon já contam com gôndolas instrumentadas com sensor de peso. “Ela computa aquele produto por meio de um reconhecimento, uma triangulação de imagem. Para isso, existe um duplo check: por imagem e por peso”.
Ele explica ainda que o sistema de reconhecimento por imagem identifica tanto a retirada quanto a colocação do produto. Sendo assim, itens devolvidos pelo cliente à gôndola não são cobrados.
“O débito final do produto, a fatura, ele emite só quando você pega um QR Code de saída, normalmente disponibilizado em um aplicativo, e passa no leitor para sair da loja. Naquele momento, ele faz o desconto do seu cartão de crédito”.
Além da Amazon, Carioni visitou outras lojas, que implementaram etiquetas RFID em produtos diversos, inclusive meias.
De acordo com sua explicação, a RFID se trata de uma tecnologia de rastreio de radiofrequência, com um sensor que faz a leitura do produto a partir do momento em que ele é colocado em uma cesta.
“E, quando ele faz essa leitura, que já habilita para o pagamento, não acusa nas antenas de RFID, que são utilizadas para garantir a segurança da loja. Por outro lado, se eu passar pela antena com um produto que não leu a etiqueta RFID, ela vai acusar e apitar”.
Nova experiência de compras e adequações do varejo
Para se adaptar às necessidades do mercado, o varejo deve se preocupar sempre em melhorar a experiência de compra do consumidor. É o que afirma Daniel Carioni.
“Atualmente, existem diversos modelos de lojas. Temos as autônomas, com determinado público em determinado local, as de bairro e as hiper, que se adequam a públicos específicos e ainda, lojas on-line, porque também é cômodo comprar de casa”.
Ele ressalta, no entanto, que nem sempre os clientes desejam fazer suas compras on-line. “Às vezes, eu gosto de ir na loja física, pegar aquele item, provar uma degustação antes de levar o produto para casa… O importante é ter essa capacidade de transformação sem perder a essência, sem que a loja deixe de fazer aquilo que faz bem feito”.
Desse modo, Daniel observa que o varejo vive uma evolução constante e que varejistas não podem parar no tempo. “Esse varejo que parou no tempo, que não implementa nada, que continua com uma mentalidade antiga, tem os dias contados”, sentencia.
Carioni diz ainda que, felizmente, a maioria dos varejistas hoje têm essa percepção. Por isso, eles vão a feiras e associam-se com empresas de tecnologia, justamente para trazerem essas implementações e inovações para dentro da loja. E o principal, querem atender bem os seus clientes.
“O varejista tem o desafio de manter seu público fiel, garantir que as pessoas se sintam à vontade e tenham prazer em ir à sua loja, comprar e continuar consumindo, independente do canal ou momento”.
Prix 7T: a balança mais tecnológica do mundo
Em maio de 2022, a Toledo do Brasil lançou a Prix 7T, que recentemente foi exposta na Times Square. No podcast “Vozes de Peso”, Daniel Carioni falou sobre essa tecnologia de ponta que apresenta recursos tecnológicos acima de qualquer outro equipamento de pesagem de varejo do mundo.
“Essa balança é um produto 100% nacional, desenvolvida pela Toledo do Brasil, e possui recursos como reconhecimento por imagem, comando de voz, inteligência artificial, e reconhecimento facial do operador. Por meio de um software de gerenciamento, é possível saber o que está sendo pesado, quem está pesando e a que horas a pesagem é realizada”.
Daniel destaca que o recurso de reconhecimento de imagem já havia sido utilizado por outros players do mercado, dentro e fora do universo da pesagem. “Porém, o reconhecimento facial do operador e o acionamento por comando de voz é uma exclusividade da Prix 7T”, adverte.
Ele também reconhece o esforço coletivo envolvido no desenvolvimento desse produto inovador. “Então, vamos voltar para a valorização: são muitas mãos que passaram naquela balança, desde a ideia, o design, a aplicação, o hardware, o desenvolvimento tecnológico, o desenvolvimento de software, o marketing, vendas e a produção, em São Bernardo do Campo”.
Nova rotulagem nutricional determinada pela Anvisa
Em 2020, a diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou uma nova lei que implementou alterações na rotulagem nutricional dos produtos.
Nesse sentido, foi exigido um aumento no tamanho das fontes dos rótulos e inserido o símbolo de uma lupa para chamar a atenção para o alto volume de ingredientes que podem fazer mal para a saúde se consumidos em excesso, como açúcar, gordura e sódio.
Trata-se de uma maneira de beneficiar os compradores, que têm a oportunidade de comprar produtos de maneira mais consciente, conhecendo os potenciais riscos envolvidos em seu consumo.
Segundo Daniel Carioni, diante dessa mudança, a Toledo do Brasil adaptou todos os seus equipamentos de pesagem em linha e efetuou um estudo amplo, por meio de seu time de software de engenharia, para adequar máquinas produzidas há mais de dez anos.
“Nós ajustamos o software em respeito a todos os clientes que compraram nossos produtos no passado. Só não conseguimos colocar em balanças muito antigas devido à limitação de hardware”.
Sendo assim, tudo o que foi possível implementar, a Toledo disponibilizou. “Hoje, nossos parceiros, oficinas técnicas autorizadas e a própria assistência da Toledo possuem uma versão de software da nova rotulagem nutricional, na qual o cliente pode atualizar essa gama de produtos”, afirma.
Dessa forma, os varejistas que produzem, fracionam e rotulam dentro da loja conseguem utilizar a nova tabela nutricional, com o benefício de proporcionar informações claras ao consumidor.
Para preparar o mercado e evitar que seus clientes varejistas tomassem multas, a Toledo do Brasil realizou uma campanha de comunicação forte, divulgando informações sobre a nova tabela nutricional nas mídias, em vídeos, blogs e matérias e também por intermédio do time de vendas, revendedores parceiros e oficinas técnicas autorizadas.
“O time de suporte da Toledo fez um trabalho grande, no intuito de coletar as versões dos clientes e passar para os parceiros a versão do software atualizado. Nossos parceiros também tiveram uma grande importância nessa missão. É aquilo, ninguém faz nada sozinho, têm muitas pessoas envolvidas nessa tratativa”, define Carioni.
Conclusão
Neste texto, compartilhamos um resumo da entrevista do Gestor de Marketing e Vendas da Toledo do Brasil, Daniel Carioni, para o podcast “Vozes de Peso”.
Se você quer assistir a este conteúdo na íntegra, acesse este link e confira o primeiro episódio do podcast.