O Peso do Agro é o tema do segundo episódio do podcast Vozes de Peso.
Com o título “O Peso do Agro”, o segundo episódio do podcast “Vozes de Peso”, realizado pela PRIX, contou com a presença de Karina Dametto e Danilo Souza.
Karina é zootecnista e faz parte do time da Toledo do Brasil há cerca de 20 anos, atuando na pesagem de animais vivos.
Danilo, por sua vez, é engenheiro mecânico de formação, trabalha na Toledo também há duas décadas, já atuou fabricando equipamentos e na assistência técnica, e há cinco anos é responsável pela linha de produtos e carregamento, dosagem e afins.
Um dos principais temas discutidos no podcast foi a Feira Agrishow 2023, realizada em Ribeirão Preto, entre os dias 1º e 5 de maio. Porém, ao longo do episódio, surgiram outros temas de extrema importância relacionados ao agro, que exploramos neste artigo. Continue acompanhando nosso texto.
Assista o episodio na íntegra:
Feira Agrishow 2023 chega à sua 28ª edição com participação da Toledo do Brasil
Realizada entre os dias 1º e 5 de maio, a Feira Agrishow 2023, contou com um stand da Toledo do Brasil, que teve como foco, nesta 28ª edição, balanças rodoviárias e o lançamento das novas barras de pesagem de gado.
Na ocasião, o time da Toledo do Brasil esteve em peso em Ribeirão Preto, onde foi realizado o evento, apresentando soluções, lançamentos e mostrando a qualidade de cada produto.
De acordo com Karina, essa experiência é positiva. “Conversamos com os clientes, com os produtores que visitam a feira, e fazemos a venda. Além disso, encontramos pessoas que não víamos há bastante tempo, o que é muito bom”. Questionada sobre a participação de mulheres no evento, ela frisa que, na Agrishow tem um espaço destinado a esse público. “É o ‘Agrishow pra elas’, onde são realizadas palestras e demonstrações de produtos”.
Ainda, conforme explicação de Danilo, a Agrishow 2023 representou uma promessa de muitos negócios. “Isso é cultural, aqui no Brasil, as pessoas vão às feiras para comprar. Por isso, passamos alguns meses conversando, apresentando os produtos, para ir lá na feira, face a face, olho no olho, e fechar negócio”, acrescenta.
O que é o Agro?
Durante a apresentação do podcast “Vozes de Peso”, foi explorada uma questão conceitual: afinal, o que é o agro?
Para Karina, o agro é o que nos alimenta. “Moramos em um país abençoado pelo clima. Somos a única nação que tem até três safras por ano”.
Segundo Danilo, o agro está em tudo. “É a produção de alimentos, de fibras, de bioenergia. Então, estamos falando de agricultura, pecuária, floresta, piscicultura. O agro engloba muitas coisas”.
Ele acrescenta que, quando o assunto é agronegócio, o Brasil é protagonista. Isso porque além de sermos os maiores exportadores de carne, somos um dos grandes produtores de grãos do mundo: o maior produtor de soja, o terceiro maior produtor de farelo e o maior produtor e exportador de café e açúcar.
“No milho, somos o terceiro maior. Mas, pela primeira vez, vamos superar os Estados Unidos e nos tornar o maior exportador de milho. A estimativa é que o Brasil se torne precursor mundial”.
Karina destaca que o Brasil é o único país que tem mais gado do que pessoas. “Temos 225 milhões de cabeça de gado para 215 milhões de pessoas”.
O Agro e a Pandemia de covid-19
A pandemia de covid-19 afetou uma série de segmentos. Esse não foi o caso do agro. Isso porque o dólar subiu, favorecendo as exportações, e muitos produtores, com dinheiro em caixa, identificaram a necessidade de melhorar a estrutura de suas fazendas.
“Foi um período em que as vendas aumentaram bastante. Com o aumento do valor da arroba ou da saca de soja, o pessoal se animou a comprar mais, a investir mais nas fazendas, e, para nós, da Toledo, foi muito bom”, ressalta Karina.
Danilo também observou que a parte de movimentação teve um favorecimento cambial, tornando o momento ótimo para quem aproveitou a oportunidade.
“Então, tivemos um crescimento tanto na área portuária, mas, principalmente, na parte produtiva, lá do produtor, que faz uma unidade de armazenamento, constrói um silo, realiza a expedição, compra uma balança de fluxo para poder carregar navio, coloca na rodoviária para poder mandar o produto para indústria, para mandar para o porto”, avalia.
O aspecto mais dificultoso, de acordo com ele, foi a compra de insumos em dólar, mas, conforme expõe, os produtores que souberam balancear tiveram bons anos.
“O Brasil acabou mantendo seu protagonismo porque somos responsáveis por alimentar todos os 215 milhões de habitantes e mais um bilhão de pessoas”, complementa.
A tecnologia no agro e a “tropicalização dos grãos”
Outro tema abordado no segundo episódio do podcast “Vozes de Peso” foi o impacto da tecnologia no agronegócio.
Danilo destacou que, desde a década de 1970, o Brasil investe pesadamente na ciência, o que tem como consequência um aumento de produtividade. “O que a gente produz em 7% do nosso território é a plantação de agricultura. Mas, hoje, muitos produtores acabam misturando pecuária com grão, fazendo ali uma plantação de grama”.
Karina reforça que, com a tecnologia, a soja foi crescendo e o boi, “subindo”. “Estamos colocando mais animais em um espaço menor e aumentando a produtividade, com a soja tomando conta de mais espaço”.
Danilo afirma que há uma mudança de cultura: hoje, planta-se a grama no mesmo espaço que a soja, em seu período de maturação, para aproveitar as chuvas. “Assim, a grama pega a sombra da soja e, depois de colher a soja, o gado pode entrar para comer a grama”.
Ele também comenta que os transgênicos, que representam um tabu no país, possibilitam a “tropicalização dos grãos”. “No Brasil, existem lugares, como o Norte e o Nordeste, que não são ideias para plantar trigo. Mas você faz um trabalho de pegar os genes da planta, que resistem ao clima, a insetos e a pragas e consegue resolver isso”.
A possibilidade de plantar o trigo no calor é promissora. “Daqui a dez anos, a expectativa é sermos autossuficientes e começarmos a exportar trigo junto com a soja, o milho e o algodão”.
Atualmente, além dos transgênicos, existem plantas geneticamente modificadas. “Basta excluir o gene que possa atrapalhar o crescimento daquele grão em determinado bioma ou ativar o gene da semente para poder crescer naquele cenário”, destaca Danilo.
Sucessão e Mulheres no Agro
As novas gerações estão cada vez mais interessadas em dar continuidade ao legado dos pais e cuidar de suas fazendas. Karina ressalta que isso é uma novidade, já que, anteriormente, os filhos dos produtores rurais costumavam estudar fora e não voltar para o campo. “Essa tendência de sucessão está muito forte!”.
De acordo com Danilo, os jovens se especializam nos mais diversos nichos, que permitem atuar na produção rural. “Tornam-se administradores, engenheiros agrônomos, tecnicistas e, quando é uma família com vários irmãos, cada um se especializa em uma área”.
Além da presença das novas gerações, outra novidade é a participação de mulheres no agronegócio. Só neste ano, Karina participou de uma feira com 2.600 mulheres, em que foram abordados temas como tecnologia e comercializados equipamentos.
“A troca é sensacional. Sempre trocamos muitas informações, contamos uma para a outra o que fizemos de positivo nas fazendas, o que dá certo e o que dá errado”, conclui.
Conclusão
Neste artigo, mostramos temas que foram destaque na segunda edição do podcast “Vozes de Peso”, entre eles a Feira Agrishow 2023. Se inscreve no canal do YouTube:
Vozes de Peso - O Podcast da Prix