Entenda como o Fator G pode afetar o funcionamento de sua balança

Publicado em 27 de Setembro de 2018

No universo das pesagens, o Fator G figura como um elemento importante, capaz de elucidar a variação que pode ocorrer no peso de um mesmo produto obtido através de uma balança eletrônica.

Vamos explicar melhor: a balança eletrônica funciona pelo princípio gravimétrico; isto é, a medida obtida é resultado da massa sobre ela depositada, que é sujeita à influência da aceleração da gravidade, simbolizada por “G”. Este fator varia de acordo com os parâmetros de latitude e altitude de uma localidade para outra no globo terrestre. Por exemplo: no município do Rio de Janeiro, a aceleração é de 9,787932 m/s², enquanto que em São Paulo é de 9,7863656 m/s². Para uma massa de 1.000 g, a diferença no peso seria de +0,16 g. Importante ressaltar que quanto maior a resolução da balança, maior será a influência do fator g na leitura da pesagem.

As tabelas abaixo servem para mostrar ao usuário de uma balança de precisão, como a altitude e latitude interferem na pesagem.

Altitude: Com base na lei de Newton, é possível ilustrar a influência da altitude nas balanças. Ela mostra uma espécie de níveis de altura em que os equipamentos, de acordo com sua classe, demonstram sua influência do fator g. Tais “níveis” são denominados de “altura mínima”.
 

      Classe da balança    

   Altura mínima (m)  

Classe I

2,5

Classe II

25

Classe III

250

Classe IIII

2500


Ou seja, uma balança com classe especial (classe I), por exemplo, pode demonstrar a influência do fator g a cada 2,5 m de deslocamento de altura. Acima disso, os erros apresentados já superam os permitidos pela portaria 236/94 Nesse caso, a balança deve ser ajustada novamente.
Latitude: a influência da latitude na intensidade da gravidade está ligada ao achatamento dos polos da Terra e da força centrífuga. A força centrífuga é produzida pelo movimento de rotação da Terra e atua em sentido contrário à gravidade e, por isso, tende a diminuir o seu efeito. O formato da terra é irregular (geoide), sendo achatado nos polos e dilatado no Equador, que é o local onde a força centrífuga possui maior intensidade do que em qualquer outro ponto do planeta e, além disso, se opõe em sua totalidade à ação da gravidade.
Veja o erro máximo tolerável por incremento de grau de latitude, de acordo com a OIML.
 

  Classe da balança  

  Grau de latitude  

  Quilômetros  

Classe I

0,01°

1 km

Classe II

0,1°

10 km

Classe III

111 km

Classe IIII

10°

1000 km


Tomando por exemplo uma balança classe I, se ela for deslocada 1 km em sua latitude poderá apresentar um erro maior que o permitido pela portaria 236/94 e deverá ser ajustada novamente.
Resumindo, caso a diferença encontrada esteja acima do aceitável/permitido*, é necessário refazer o ajuste do equipamento no seu local de uso.
Lembrando que quando se fala em ajuste, o mesmo deve ser feito por um técnico acreditado pelo órgão fiscalizador, o que demanda tempo e dinheiro, porém, nas balanças de laboratório da Toledo do Brasil há uma função que elimina a presença do técnico. Mais informações leia o texto: Ajuste interno motorizado.
*Não sabe como calcular o erro máximo aceitável/permitido do seu equipamento perante a lei das balanças (portaria 236/94)? Então, leia o post Aprenda a calcular o erro máximo permitido de uma balança.

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